Não dá para ser alienada', disparou a atriz, que retorna às novelas em 'Volta Por Cima'
Aos 83 anos de idade, Betty Faria revelou que sofreu censura em novela na época da ditadura militar. A atriz, que tem mais de 20 anos de carreira, defendeu a importância de um artista se posicionar sobre temas políticos e sociais.
A trama a qual a artista se refere é a primeira versão de “Roque Santeiro”, que iria ao ar em 1975, mas foi censurada pelo governo militar dias antes da estreia. Na história, Faria iria interpretar a famosa Viúva Porcina, papel que ficou com Regina Duarte na versão de 1985.
Justamente por ter passado por isso no passado, a artista não tem medo de expôr opiniões mesmo em períodos em que o Brasil está polarizado politicamente.
“Tenho toda uma vivência, um passado político, porque vivemos os anos 1970, a ditadura militar. Tive trabalhos censurados, tive peças de teatro censuradas, filmes e novela censurados. Vivemos isso intensamente. Não dá para ser alienada. Eu não consigo me alienar [sobre] o mundo a volta. Sou participante mesmo”, em entrevista ao UOL.
De volta às telinhas, após cinco anos afastada, Betty faz parte do elenco de “Volta Por Cima”, novela das 19h da Globo, que estreou nesta semana. Na trama escrita por Claudia Souto e dirigida por André Câmara, ela interpreta Belisa, uma socialite falida que precisa se reinventar.
Por mais que tenha ficado alguns anos longes dos folhetins, a atriz descarta abandonar as novelas. “Teve muita coisa [nesses cinco anos]. Teve pandemia, fui para Portugal, fiz série, fiz um filme que está para ser lançado depois de festivais na Europa, o ‘Justa’, da diretora portuguesa Teresa Villaverde, fiz trabalhos fora. Mas eu sempre volto porque gosto de fazer novela. É um grande exercício. A gente sai de uma novela e está em forma, vai fazer teatro, vai fazer cinema porque é um exercício bom mesmo. Gosto da minha profissão”, encerra.
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